sábado, 21 de março de 2015

SOBRE O FESTIVAL DE TEATRO DE RUA DE ARAÇUAÍ 2015

Relato do Grupo Galhofas-MG nas palavras de Eluhara Resende

Foto: Vilmar Oliveira de Jesus

Meu nome é Eluhara Resende Videira, tenho 23 anos, natural de Uberlândia-MG, professora e atriz formada pela Universidade Federal de Uberlândia e pela vida! Sou feita de detalhes e experiências, e por que tô falando isso?! Já explico...
Começo esse relato no ano de 2011 quando estive pela primeira vez em Araçuaí no I FESTA, estive com o espetáculo ‘A saga no sertão da farinha podre’, juntamente com o grupo Coletivo Teatro da Margem. Mais de 1000km percorridos para chegar no que pra gente é o outro lado de Minas Gerais, com o sol quente e a praça lotada se deu nossa “saga”, com os olhares atentos de fascínio e/ de ou estranhamento, nos disseram que era um novo jeito de fazer teatro, nos disseram que queriam fazer teatro assim. E eu disse, eu quero fazer arte como vocês!
Gente que muitas vezes desconhece técnicas teatrais, que nós ditos acadêmicos nos gabamos tanto, mas que mantém o que a meu ver é o essencial ao fazer teatral, a vida, o encontro de quem quer fazer com quem quer ver teatro, arte! Vi Sergio Pererê cantar a costura da vida, me emocionei com a energia dos corpos dançando e sambando junto com Marcela Veiga! Não dormi a noite ouvindo os burburinhos nos corredores no último dia, e voltei com a certeza de que queria fazer teatro para promover o encontro seja eles dos pés descalços com os de sapato de salto alto.
Eis que em 2015 decidi que iria ao FESTA novamente, para assistir aos espetáculos e estar de novo nesse lugar que até então tem um significado muito forte na minha formação enquanto atriz. Uma semana antes recebo a grata notícia que poderíamos apresentar o espetáculo ‘O ritmo da chuva’ que até então estava como suplente no festival.
Agora com o grupo Galhofas-MG nos aventuramos em percorrer os 1000 e tantos Km para apresentar nosso espetáculo de palhaços na praça de Araçuai. O sol quente e a praça lotada me pareceram familiar, mas a sensação era outra, Rilin (Felipe Braccialli) e Chuvisca (Eu) fizeram morada no banco daquela praça, compartilharam seus amores e desamores, com direito a crianças em cima do banco, cachorro e farinha sendo jogada pro alto. Uma hora de cumplicidade, de respiração, de identificação, interferência e torcida hora pra um, hora pro outro, juntos sentamos no mesmo banco, juntos partilhamos do sol e daquela chuva de farinha, seca, mas que traz esperança a cada dia que essa relação se renova entre público e artista!

Foto: Vilmar Oliveira de Jesus

Gratidão em meu nome e do Grupo GALHOFAS-MG, à Araçuaí por receber e fazer tamanha arte! Festivais são importantes pra que esse encontro seja sempre motivado e renovado... E que ele se estabeleça não só no FESTA mas em todos os momentos e movimentos culturais. Vida longa!
De uma professora, atriz e palhaça em (trans)formação


UBERLÂNDIA 2015

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