terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O DEFUNTO no DIÁRIO DE CLASSE TEATRAL

O Espetáculo O Defunto recebeu mais uma crítica, e dessa vez foi publicada no VI Jornal de Crítica Teatral - Diário de Classe Teatral, organizado por Maria do Socorro Calixto Marques, professora do Curso de Teatro da UFU (Universidade Federal de Uberlândia).

A crítica é escrita por Lucas Larcher, mestrando em artes na UFU e ator do Grupo Giz de Teatro.

Foto: Felipe Braccialli

Segue a crítica na íntegra:


O Defunto: preciso demais desabafar
por Lucas Larcher


Cabelos desgrenhados, cadeiras de diferentes formatos e cores , projeção retrô, caixa de música... Abajur, cigarro, retas, equilíbrios e desequilíbrios, corpo-voz estilizado(a) e também quase cotidiano(a)... minutos que são longos... sobretudo, à noite... Chapéu de pássaros, sapatos de salto, bom humor e um pouco de desabafo. Estas são algumas das palavras, entre tantas possíveis, que podem caracterizar e ficarem como impressões após assistirmos ao espetáculo O Defunto.
O encontro de duas mulheres, ou mortas-vivas, que juntas revivem as histórias que compartilharam com o defunto Victor, é levado à cena pelo grupo Galhofas desde 2010. O Defunto é um trabalho a partir da peça homônima do francês René de Obaldia, datada de 1961. Com um quê de absurdo, o texto ganha forma através da encenação assinada por Felipe Casati, que mescla diversas linguagens e referências, construindo uma montagem por vezes lírica, por vezes trágica e até mesmo despretensiosa. Mas, capaz de prender a atenção do público do início ao fim.
Dando vida a uma obra com um motivo por vezes banal, o espetáculo é construído como metáfora do ciclo no qual as personagens estão presas, ou então, do qual não desejam se libertar. A rotina da viúva Júlia, interpretada por Talita Valarelli, e da ex-amante de Victor, Dona Garra, personagem de Gabriela Santos, começa a ser percebida logo no início da apresentação. Pois, já na parte externa do espaço da Trupe de Truões (local onde o espetáculo foi apresentado como parte integrante do projeto Casa Aberta), as regras do jogo que começa a se desenrolar são apresentadas ao público. Dona Garra e Júlia estão prontas para se encontrar, cada uma trazendo consigo sua cadeira, para que naquele determinado local possam falar da loucura e da doçura que o amor foi capaz de despertar em ambas.
Caracterizadas já como personagens, as atrizes iniciam o espetáculo com seus tênis do dia a dia, trocando-os posteriormente pelos os sapatos de salto que completam a visualidade das personagens. Nesta mescla entre personagens e atrizes, estabelece-se um ritual, no qual pode-se começar a perceber que, embora metamorfoseadas como personas ficcionais, tanto Talita, quanto Gabriela, viverão, nos quarenta e cinco minutos de peça, um limiar entre ficção e realidade. Ambas não falarão apenas acerca do personagem que confere título à peça, assim como das verdadeiras atrocidades cometidas por ele, mas também dos monstros que todos os seres humanos encontram para servir de culpados para suas atitudes perante à vida.
Neste sentido, o texto de Obaldia torna-se apenas um pretexto para que as atrizes mesclem, com as questões de suas personagens, aspectos subjetivos de suas próprias experiências vividas. Com construções de personagens que abusam da alternância entre estilização/teatralidade e o quase cotidiano, vemos em cena duas figuras inegavelmente envolvidas nas aventuras e desventuras de uma encenação que busca surpreender o público, minuto a minuto, pelo modo escolhido para se contar a história.
No cenário, composto por dez cadeiras vazias e duas trazidas pelas personagens, em suas múltiplas diferenciações, percebemos que o vazio da natureza humana ali presente pode se tratar de uma metáfora. As cadeiras ali não ocupadas podem estar apenas esperando que cada um de nós, espectadores, sentemos nelas e sejamos também Júlia ou Dona Garra. Deixando transbordar histórias de amor, de ódio, de traição, de submissão, de perdão... Histórias sobre nós mesmos. Ou melhor, sobre figura de um Victor qualquer. Um Victor que não terá voz para rebater as acusações, uma vez que jaz sob a terra.
Explorando as diversas possibilidades cênicas proporcionadas pelas cadeiras, assim como os objetos acoplados a elas, a cenografia parece também retratar que diversos podem ser os espaços nos quais a história, que vemos se desenrolar à nossa frente, pode se passar. Em conjunto com a iluminação - de Felipe Braccialli- , as fileiras de cadeiras bem organizadas vão, pouco a pouco, tornando-se um emaranhado assimétrico, no qual não conseguimos mais lembrar em que posição cada uma das cadeiras estava no início do espetáculo. Será isso uma aproximação com a bagunça, com os lugares inexatos onde estão os sentimentos, quando o homem começa a falar deles?
No vestido de Júlia, por debaixo do predominante preto, pode-se observar pedaços de tecidos vermelhos. Talvez apontem para os restos do amor por Victor, que são revelados nas ações da personagem durante o desenrolar do espetáculo. Assim, nos figurinos das duas intérpretes, construídos de pedaços de tecido, podemos perceber ser inegável, e até mesmo incapaz de ser escondido, o amor que ambas nutrem pelo então falecido. Mesmo esfarrapadas, encardidas e remendadas, as duas dilaceradas personagens são como seus figurinos. Ainda mantêm alguma beleza por debaixo do aspecto cadavérico que as cobrem. Em cada passo, em cada sentar, em cada rodopiar ou em cada pequeno gesto, Júlia e Dona Garra demonstram suas condições por terem amado Vitor.
A imagem é de ambas em profunda degradação.
Logo nos primeiros minutos do espetáculo, Júlia tenta fazer reviver uma planta já morta, que está sobre uma das cadeiras do cenário. A personagem rega, rega, rega e rega.... Em longos segundos. No entanto, como é esperado, a planta não adquire uma nova possibilidade de vida. Uma metáfora da história que vemos em cena. Em um ciclo delicioso para os espectadores, as personagens se reencontram, no mesmo horário, para reviver lado a lado as lembranças de Victor, expressas no texto de Obaldia. Expressas no texto de Talita, de dona Garra, de Júlia, de Gabriela, de Felipe's... Lembranças minhas e também de qualquer pessoa que assista a O Defunto. Lembranças que pedem para desabafar... e, até mesmo, explodir. 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CASA NOVA!




Início do mês de janeiro foi um momento de preparar o espaço Ponto dos Truões para 2014, tudo muito bem lavado e arrumado por todos os grupos envolvidos no Programa Casa Aberta; o mutirão feito pelos Grupo Galhofas MG, Confraria Tambor, Grupo Giz de Teatro e Trupe de Truões, além de muito trabalhoso, foi muito divertido, e agora a Casa está novinha em folha, os cenários estão mais acomodados, os espaços mais limpos, amplos, e tudo mais organizado.




Que venha 2014!
Que venham novos projetos!
Que venha semana que vem com os ensaios voltando ao espaço!

domingo, 5 de janeiro de 2014

Ano Novo - Novos Espetáculos


Processo: Macbeth. Direção de Felipe Casati, atuação Anderson Rosa, Felipe Braccialli, Juliana Silveira e Rafael Michalichem. Processo já com um ano de pesquisa.

O Grupo Galhofas começa o ano de 2014 com foco em crescer profissionalmente, e agora trabalha em suas próximas montagens. Por enquanto serão três espetáculos para estrear nesse ano e estamos muito empolgados com essas novas experiências; continuamos trocando funções técnicas, atuação e ainda temos atores convidados para trocar conosco.


Processo: "Se um dia o amor lhe tentar fugir, tranque-o em uma gaiola".
Direção de Felipe Braccialli, atuação Felipe Casati. A partir de uma cena experimental.


Processo: TATI. Direção de Felipe Casati, atuação Tatiane Oliveira.
Processo a partir da própria atriz.

Os ensaios retomam na semana que vem! Que venha 2014!

sábado, 4 de janeiro de 2014

O Defunto viajando - V Festival de Patos de Minas


O Grupo Galhofas MG esteve no V Festival de Teatro Universitário de Patos de Minas, com o Espetáculo O Defunto, onde pudemos conhecer muitos grupos, fazer amizades, trocar experiências, assistir muitos espetáculos nacionais e internacionais de ótima qualidade e bem distintos, e etc...


Viajamos junto com mais quatro peças de Uberlândia-MG, o que nos mostra a qualidade de nossos artistas, além de nos divertirmos muito todos juntos. Viajamos com Confraria Tambor, com o espetáculo "A Nova Roupa do Imperador ou Tecendo Vento", Grupo Ciranda de Cena, com "O Mágico de Oz" e Grupo Nós de Teatro, com "Aquilo que não me cabe".

O festival é muito bem organizado, desde quando chegamos e fomos recebidos por nossos anjos/monitores que nos levaram aos dormitórios e nos apresentaram todos os locais de refeição, banho e apresentações.

Parte da programação.

Tivemos uma boa resposta do público em relação ao espetáculo "O Defunto" e conquistamos um dos prêmios.

V Festival Nacional de Teatro Universitário de Patos de Minas - Categoria Adulto

Indicações:

- Melhor Iluminação - Felipe Braccialli
- Melhor Figurino - Felipe Casati
- Melhor Maquiagem - Felipe Casati
- Melhor Atriz - Talita Valarelli
- Melhor Espetáculo - O Defunto

Prêmios:

- Melhor Cenário - Felipe Casati

Ficamos muito felizes com a premiação, a recepção e a troca!
Esperamos voltar mais vezes!

Finalização do Projeto Casa Aberta


Depois de meses de ensaio e organização, de um mês de apresentações do Galhofas, temporadas dos outros grupos no Ponto dos Truões, oficinas variadas, inclusive a nossa oficina de intervenção urbana, chegamos ao fim de mais uma jornada, mais um processo de troca e de auto conhecimento, mais um projeto, que foi fechado com chave de ouro com um encontro dos grupos no fim de semana e uma festa.
Intercâmbio Casa Aberta

Nos dias 26 e 27 de outubro tivemos o Intercâmbio Casa Aberta; os quatro grupos, Grupo Galhofas, Trupe de Truões, Giz de Teatro e Confraria Tambor, se reuniram para trocar experiências. Cada grupo teve um momento reservado para falar da história de seu grupo, como ele está agora e sobre sua experiência no Projeto Casa Aberta, foi muito interessante ver como o projeto passou por cada grupo, e percebemos que os grupos só se fortaleceram com essa vivência.
Depois cada grupo teve a oportunidade de ministrar uma vivência para os outros grupos, era muito interessante ver todas aquelas pessoas, de quatro grupos diferentes, fazendo exercícios e experimentando a prática dos outros. No final dos dois dias fizemos uma reunião para falar do rumo do Casa Aberta, que de projeto passou a ser programa, então, falamos do futuro do Programa Casa Aberta, e podemos esperar muita coisa boa, trocas, temporadas, outros grupos e mais união pra 2014; e claro que esses encontros e reuniões foram regados a muitos lanchinhos: melhores momentos de troca.

Festinha com direito a presença ilustre de Paulo Merísio direto de Paris.

Depois de todo o trabalho vem a diversão, e no dia 18 de dezembro os grupos do Projeto Casa Aberta fizeram uma festa, no prórpio Ponto dos Truões, com direito a bebidas, comidas, amigo secreto roubado e muita música e coreografias.


O Grupo Galhofas agradece a todos os envolvidos neste projeto, principalmente Grupo Giz de Teatro, Confraria Tambor e Trupe de Truões.


Vida longa ao Casa Aberta!!!

O Defunto viajando - I Festival de Teatro de Araguari


Programação

 No dia 14/11 o Grupo Galhofas esteve em Araguari fazendo parte da programação do primeiro festival de teatro da cidade, o FESTA - Festival de Teatro de Araguari, com o espetáculo O DEFUNTO. A apresentação foi boa, teve um público razoável e fomos muito bem recebidos pela organização. O FESTA é um festival novo que tem o intuito de crescer, por isso o local, a divulgação e os aparatos técnicos foram precários, mas foi dado o pontapé inicial, e o Galhofas deseja que o festival cresça cada vez mais.

Espaço de apresentação.

No dia seguinte o Galhofas participou da Oficina de Iluminação Alternativa ministrada por Guilherme Trindade de São Paulo.

A chegança.

Infelizmente não pudemos permanecer no FESTA por mais dois dias, devido ao V Festival Nacional de Teatro Universitário de Patos de Minas, e fomos desclassificados, não trazendo nenhuma indicação ou prêmio de Araguari.




Segue link para as fotos: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.740764675937273.1073741841.456662787680798&type=3

Segue link da página do FESTA: https://www.facebook.com/festivaldeteatrodearaguari?fref=ts

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Galhofas no VI Festival de Cenas Curtas

Programação.


Encontro de grupos de teatro.

Nos dias 20 e 21 de setembro aconteceu em Uberlândia-MG o VI FEstival de Cenas Curtas do Grupontapé de Teatro, e o Grupo Galhofas se apresentou com duas cenas: "Se um dia o amor lhe tentar fugir, tranque-o em uma gaiola" e "Macbeth em pedaços".



Foi muito revigorante para o grupo se apresentar com duas cenas no festival, pois além de trocarmos funções técnicas nas cenas e testar algumas idéias de nossos futuros espetáculos, pudemos nos reunir com grupos de Uberlândia e região para uma conversa sobre a cultura local e a união dos teatros em prol de nós mesmos e do teatro.



"Se um dia o amor lhe tentar fugir, tranque-o em uma gaiola"
"Macbeth em pedaços"

Confraria Tambor por Felipe Casati do Grupo Galhofas


Desde o inicio do ano de 2013 a Cia. Teatral Confraria Tambor recebeu uma série de workshops ministrados por profissionais das artes na cidade de Uberlândia - MG. O Grupo Galhofas, através de Felipe Casati, foi convidado para participar dessa troca; foram quatro dias de atividades, como quatro grandes ensaios de reconhecimento dos atores e investigação de ações físicas.
O trabalho resultou na cena "ELE", apresentada no 6º Festival de Cenas Curtas do Grupontapé de Teatro.



Cena: ELE


Direção: Felipe Casati (Grupo Galhofas-MG)


Atuação: Renan Bonito, Ernane Fernandes, Guilherme Conrado, André Luz e Fredy Abreu (Confraria Tambor)


Operação de luz: Jozé Luiz Filho (Confraria Tambor)


Operação de som: Felipe Casati 
(Grupo Galhofas-MG)

Foi muito interessante a troca entre o Confraria Tambor e Felipe Casati (Grupo Galhofas-MG), é uma parcela do que já estamos fazendo com outros grupos em maior ou menor grau, como com o Giz de Teatro e a Trupe de Truões. Esperamos que só cresçam essas parcerias e trocas. 

"Foi muito bom e desafiador trabalhar com vocês." Felipe Casati

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O Defunto viajando - VII Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora



Programação

 Do dia 27/08 à 08/09 aconteceu o VII Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora, e o Grupo Galhofas-MG estava na programação com o espetáculo O Defunto, e viajou com o Grupo Ciranda de Cena, também d Uberlândia.

Nossa apresentação foi no dia 05/09 no espaço do CCBM, onde, além do espaço para apresentações teatrais, haviam exposições de fotos; foi uma apresentação muito boa com casa lotada e com o público bem amistoso. O espaço, mesmo pequeno, era ótimo para o espetáculo, as atrizes e o cenário ficaram bem próximos ao público e puderam interagir ainda mais com as pessoas, além da luz próxima também possibilitar outras experiências de operação.

Fomos muito bem recebidos por todos, o festival é muito bem organizado, além de termos muitas regalias, adoramos o hotel, o espaço, as refeições, o público, os brindes e as outras peças; uma programação de peças de alto nível e muito diferentes entre si.


Público
Infelizmente não pudemos ficar todo o festival, mas valeu a experiência de passar alguns dias lá festejando, fazendo e assistindo arte.


Segue link para as fotos do festival:


Segue link da crítica do espetáculo, publicada por Lucianno Maza (RJ/SP), dramaturgo, diretor e crítico de teatro; crítico convidado do 7º Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora. Fotos: Paula Duarte