Relato
do Grupo Galhofas-MG nas palavras de Eluhara Resende
Foto: Vilmar Oliveira de Jesus |
Meu
nome é Eluhara Resende Videira, tenho 23 anos, natural de
Uberlândia-MG, professora e atriz formada pela Universidade Federal
de Uberlândia e pela vida! Sou feita de detalhes e experiências, e
por que tô falando isso?! Já explico...
Começo
esse relato no ano de 2011 quando estive pela primeira vez em Araçuaí
no I FESTA, estive com o espetáculo ‘A saga no sertão da farinha
podre’, juntamente com o grupo Coletivo Teatro da Margem. Mais de
1000km percorridos para chegar no que pra gente é o outro lado de
Minas Gerais, com o sol quente e a praça lotada se deu nossa “saga”,
com os olhares atentos de fascínio e/ de ou estranhamento, nos
disseram que era um novo jeito de fazer teatro, nos disseram que
queriam fazer teatro assim. E eu disse, eu quero fazer arte como
vocês!
Gente
que muitas vezes desconhece técnicas teatrais, que nós ditos
acadêmicos nos gabamos tanto, mas que mantém o que a meu ver é o
essencial ao fazer teatral, a vida, o encontro de quem quer fazer com
quem quer ver teatro, arte! Vi Sergio Pererê cantar a costura da
vida, me emocionei com a energia dos corpos dançando e sambando
junto com Marcela Veiga! Não dormi a noite ouvindo os burburinhos
nos corredores no último dia, e voltei com a certeza de que queria
fazer teatro para promover o encontro seja eles dos pés descalços
com os de sapato de salto alto.
Eis
que em 2015 decidi que iria ao FESTA novamente, para assistir aos
espetáculos e estar de novo nesse lugar que até então tem um
significado muito forte na minha formação enquanto atriz. Uma
semana antes recebo a grata notícia que poderíamos apresentar o
espetáculo ‘O ritmo da chuva’ que até então estava como
suplente no festival.
Agora
com o grupo Galhofas-MG nos aventuramos em percorrer os 1000 e tantos
Km para apresentar nosso espetáculo de palhaços na praça de
Araçuai. O sol quente e a praça lotada me pareceram familiar, mas a
sensação era outra, Rilin (Felipe Braccialli) e Chuvisca (Eu)
fizeram morada no banco daquela praça, compartilharam seus amores e
desamores, com direito a crianças em cima do banco, cachorro e
farinha sendo jogada pro alto. Uma hora de cumplicidade, de
respiração, de identificação, interferência e torcida hora pra
um, hora pro outro, juntos sentamos no mesmo banco, juntos
partilhamos do sol e daquela chuva de farinha, seca, mas que traz
esperança a cada dia que essa relação se renova entre público e
artista!
Foto: Vilmar Oliveira de Jesus |
Gratidão
em meu nome e do Grupo GALHOFAS-MG, à Araçuaí por receber e fazer
tamanha arte! Festivais são importantes pra que esse encontro seja
sempre motivado e renovado... E que ele se estabeleça não só no
FESTA mas em todos os momentos e movimentos culturais. Vida longa!
UBERLÂNDIA
2015